domingo, 29 de agosto de 2021

O amor não é pop


O pop cresce no rastro do agrobusiness, é a ideologia dominante do capitalismo internacional. O apagão é a política do pop. Ouvidos inteligentes, prestai atenção. Não caiam na conversinha da Globo. O apagão apagou geral. O amor não é pop. Essa é a temática do  comentário semanal do sociólogo e professor da  UFJF, Gilberto  Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de   Peixe, da  Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares.  (29.08)


segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Nas trilhas de Gilberto Felisberto



Do cordelista e poeta Allan Sales


Uma terra arrasada

O fascismo que intervém 

Mora mal e come mal

Dorme mal aí também 

Com degradação de vida 

Pode a massa oprimida

Deste modo votar bem?


Perguntou o Felisberto 

Nisso venho concordar 

Vendo tudo degradar

Indo para rumo incerto 

A desgraça mora perto

Toda hora que isso vem

Sendo povo aí refém 

De elite empedernida

Pode a massa oprimida 

Deste modo votar bem?


Pois assim alienada

Longe da cidadania 

Dá poder à tirania 

Elegendo uma cambada 

A visão aí nublada

E não vai olhar além 

Sempre escolher alguém 

Uma alma apodrecida 

Pode a massa oprimida 

Deste modo votar bem?



domingo, 22 de agosto de 2021

O diabo não vem da África

A política, a religião e a novidade que vem de Luanda, cidade angolana que botou para correr a Universal e o bispo da blitz racista. O bispo que persegue o candomblé nas favelas cariocas. Essa é a temática do comentário semanal do sociólogo e professor da UFJF, Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de  Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (21.08)

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Tinhorão, a música e a luta de classes


Amante da arte popular e sistemático crítico da música produzida pela classe média, José Ramos Tinhorão foi um dos mais importantes nomes da crítica musical brasileira. Ele entendia que era impossível desvincular a indústria cultural da luta de classes e mostrou que a música antecipou o que hoje vivemos na política. Essa é a temática do comentário semanal do sociólogo e professor da UFJF, Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (14.08)


quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Obra de Tinhorão mostra a didática popular de um crítico de música


Texto escrito em 2001, para a Folha de São Paulo, que segue vivo e atual

José Ramos Tinhorão é um clássico da sociologia da música, um estudioso crítico da cultura à maneira de Walter Benjamin, de Theodor Adorno ou de Franklin de Oliveira que continua valendo-se do método marxista na abordagem das criações populares em sociedade dividida em classes. O autor não abdica do conceito segundo o qual, numa sociedade que é de classe, a cultura também o é.

Minha geração década de 70, entrando atualmente na casa dos 50 anos, assistiu ao seu melancólico ostracismo arredado das páginas dos periódicos como crítico de música popular, sendo talvez delas banido por obra e graça dos imperialismos fonográficos, de determinados intelectuais cosmopolitas e compositores enredados na trama da dominação tecnológica e cultural.

Estigmatizado de retrógrado, de ultrapassado, de xenófobo, de valorizar o músico analfabeto e pichar os compositores de classe média. O que merece no entanto destaque em José Ramos Tinhorão é a sua reflexão sobre as manifestações culturais e os estágios do desenvolvimento tecnológico, distinguindo com rigor as sociedades dotadas de tecnologia própria e aquelas sociedades tecnologicamente reflexas e subalternas.

A questão musical popular não se coloca em termos de mera influência estrangeira ou não, mas sim em conexões de sentido entre tecnologia e colonização. Por meios tecnológicos entende-se os meios "de recolher, guardar, reproduzir, divulgar sons". Existem pacotes tecnológicos que nos chegam de fora e prontinhos assim como pacotes musicais. One step, jazz-band, rock, tecno-music, musical instruments digital interface e por aí vai, a ponto de Tinhorão antecipar a profecia do ocaso do artista ou do compositor na produção de música popular de massa com "samplers" e "sequencers". Fora daí são os pequenos nichos, mantida a divisão entre metrópoles e colônias.

É que quanto mais se sofistica a tecnologia dos meios de comunicação, maior a dependência da mercadoria cultural, junto com a progressiva extinção das sonoridades regionais. A tendência é do ouvido perder inteiramente o território. Enfim, música é política, isto é, poder: "O universal da classe média brasileira acaba sendo o regional das classes médias de países poderosos economicamente". Explica-se estética e historicamente o fascínio de José Ramos Tinhorão pelo choro, o nosso chorinho tocado de ouvido, indo além da partitura, flauta, violão e cavaquinho. O primeiro estilo urbano de música brasileira. Villa-Lobos foi no choro auscultar o desejo do povo.

Com as partituras de piano até o final do século 19, ainda era possível "reinterpretar" de acordo com a cor e sensibilidade locais; depois, mediante a reprodução mecânica, a "boca do fonógrafo" impôs a autoridade do paradigma psicológico colonial. Veio o gramofone, veio o disco, o paraíso da música estrangeira nas cidades, ou seja, o conceito de música popular brasileira tornou-se problemático no século 20.

Cinema falado. Broadway. As "máquinas falantes", propriedades e veículos das multinacionais, ganharam o nome bandeiroso: "Internacional Talking Machine". Essa acústica antinós provocará, no decurso do tempo colonial, o que hoje estamos vivendo: "Os modernos meios de comunicação, considerando-se sua origem estrangeira, continuarão a trabalhar contra a cultura brasileira, de uma maneira em geral, e contra a criação de uma música popular de caráter local, em particular".

José Ramos Tinhorão continua agora com um primoroso ensaio acerca da fácil aceitação da bossa nova e da tropicália aplaudidas pelas elites paulistas. "O Trajeto Paris-Texas das Elites de São Paulo". O cake-walk. A recepção deslumbrada a tudo que é internacional. A Jovem Guarda. O Fino da Bossa. O "iê-iê-iê diluído do rock americano, via adaptação badalística inglesa pelo grupo dos Beatles". O caubói-brega-sertanejo-country-peagadê é quem faz a passagem da Faculdade de Filosofia da USP para o Teatro da TV Record, junto à conversação do "caipira Jeca Tatu em texano da terra do Marlboro". Eis São Paulo sob o prisma que abre o excelente livro de José Ramos Tinhorão: "A Vocação Caipira de uma Cidade Cosmopolita".


domingo, 8 de agosto de 2021

Quem doa ao bispo rico fica rico?


A investida dos bolsonaristas contra o candomblé. A ação governamental usada para o bem do bispo. O bispo boa bisca caçando o dízimo dos pobres. A sociologia da igreja da prosperidade, na qual o bispo precisa se mostrar rico, para que o fiel se espelhe nele. Deus não há, e sim dinheiro. Essa é a temática do comentário semanal do sociólogo e professor da   UFJF, Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de   Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares.   (07.08)


segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Em cada esquina, um Tolstoi


A queima da nação, a trapaça da terceira via, o capitalismo sujeira e a farsa das "narrativas" que escondem a verdadeira verdade. Mais uma amostra do ouvido que não ouve. O Brasil de língua atada. Essa é a temática do comentário semanal do sociólogo e professor da  UFJF, Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de  Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares.  (31.07)