domingo, 31 de julho de 2022

Steve Bannon em cana e Jair Bolsonaro dando rolê de motoca


 No banquete de Steve Bannon rolava a hostilidade contra a escola. Dandy plebeu. Literato é sinônimo de marxista. 

Não foi apenas na esfera da comunicação que foi gerada a peste bolsonorose. 

O PT nas primeiras páginas dos jornais e em todos os programas de televisão. Se fosse amontoado a quantidade de dinheiro que o PT teria roubado, seguramente chegaríamos ao céu. 

Ciro Gomes não é incisivo quanto ao imperialismo americano, ao contrário de Leonel Brizola que tinha como mote a denúncia do imperialismo como causa de todos os nossos males. 

A partir de Sarney, Collor, FHC, Lula, Dilma, as Forças Armadas estiveram aparentemente na ribalta. Não se ouvia falar absolutamente nada concernente aos militares. Apenas que eles não estavam satisfeitos com o comando civil. Surpresa que Bolsonaro tivesse emergido com essa retaguarda militar. 

Operação desumanitária no Haiti. Do ponto de vista dos países latino americanos, os militares que foram ao Haiti são anti bolivarianos. São pró Santander e anti Bolívar. São militares alinhados ao pentágono. Não diferem em nada dos militares da linha dura de 64 com reverência a Sílvio Frota. 

Sobressai, na trágica atualidade, a questão da educação do militar de Realengo às Agulhas Negras.

Há um segredo inviolável sobre a formação do militar. Somente Werneck Sodré escancarou isso em Memória de um Soldado. Quem é que educa o militar? 

Por que não temos Alvarado ou Chávez? Só tivemos Abreu e Lima. É mais importante ter um militar na defesa do patrimônio que um Ulysses Guimarães na Constituinte Bacharel. Saudade de um Estillac Leal. 

Quem são os professores do militar? 

Analisar o desejo bolsonaro


Há que investigar o que significa o voto em Jair Bolsonaro. E a necessidade imperiosa de revisar o papel das Forças Armadas nacionais, já que foi uma chapa de militares que chegou ao poder pelo voto. Essa gente foi desejada, e isso não é qualquer coisa. É um fato irrefutável. Significou um aplauso ao golpe de 1964. E essa vitória colocou abaixo o que havia de melhor da cultura brasileira. Temos , portanto, que fazer uma acurada revisão crítica sobre essa proposta autoritária que encantou a população. Este é o tema do comentário de Gilberto  Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (30.07.22)

terça-feira, 26 de julho de 2022

Que a euforia não os cegue


Foto: Evaristo SA / AFP

Sentimento jubiloso. O presidente vai rapar fora. Há uma euforia no ar. Mas há que ter cuidado, o agrobusinesspopvideofinanceiro continua na estrutura social e simbólica. A Rede Globo segue insistindo nisso. O pop é o capitalismo planetário e segue contaminando o povo, com veneno que se come e que se vê. O capital não quer nosso bem, ele quer os nossos bens. Essa é a sua essência. Por isso que o ser Bolsonaro não vai desaparecer tão cedo, mesmo que a figura dele se vá. A coisa bolsonara segue. Fiquem atentos. Comentário veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (22.07.22)


segunda-feira, 18 de julho de 2022

Conversando com Ludovico


Ludovico Silva, escritor, filósofo, teórico, boêmio, nascido em Caracas. Um dos grandes marxistas da Venezuela. Morreu em 1988. Neste episódio Gilberto Felisberto Vasconcellos conversa com ele, a partir de uma carta escrita, e claro, nunca enviada, porque o Giba conheceu o Ludovico bem depois que ele já havia encantado. Mas, esse foi um encontro sonhado. É um momento de melancolia e poesia e política. Comentário veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (15.07.22) 

Brizola, Schilling, Edmundo Moniz e Werneck Sodré


Imagem retirada do filme “São Paulo, Sociedade Anônima" - Luís Sérgio Person

Em 1945 Leonel Brizola entrou na política em Porto Alegre com a carteira de identidade anticapitalista. Ao contrário de Getúlio Vargas e João Goulart, que se tornaram anti-imperialistas no decurso do tempo e de suas militâncias, Leonel Brizola percebeu que o problema essencial do país era a dependência. 

Paulo Schilling representava Leonel Brizola com seu nacionalismo popular revolucionário. Era anti-imperialista, conforme sublinhou o trotskista Edmundo Moniz, diferente de Mario Pedrosa que, depois de passar pela Quarta Internacional, virou petista. 

O que estava em Leonel Brizola, mostrou Edmundo Moniz, era a formulação segundo a qual não há desenvolvimento (ou melhor, progresso) para o povo sem revolução socialista. E revolução não se faz sem mudar a classe social que está no poder, de modo que a burguesia industrial desenvolvimentista não transava o léxico revolucionário popular brizolista. 

Edmundo Moniz, prefaciado por Nelson Werneck Sodré, filmado por Glauber Rocha, sublinhou a originalidade histórica de cada revolução, e não ficou adstrito à preocupação bizantina se Leonel Brizola leu ou não 18 Brumário de Karl Marx. 


sábado, 9 de julho de 2022

O golpe já foi dado


 Há muita conversa sobre golpe. Vem, não vem, tá vindo. Ele já veio, com o a PEC calamidade. A hipocrisia de todo Congresso Nacional que aprovou o auxílio emergencial. A esmola. Coisa que o capital usa para ludibriar os famintos. Com a PEC foi-se a Constituição e foi-se a seriedade do voto. O Brasil hoje é uma telenovela. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe,  da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (09.07.22)


quinta-feira, 7 de julho de 2022

A civilização suicida com sambarépipop


Brasil, civilização suicida. Eu colaborei neste livro clandestino de Bautista Vidal, publicado em agosto, 2000, financiamento autoral como em outros livros. Amargurado, ele que era um homem solar como Oswald de Andrade, escreveu esse livro pessimista que prenuncia o que está acontecendo com a ofensiva do capital fóssil monopolista e o obscurantismo cultural de Jair Bolsonaro. 

Bautista Vidal alertou que Le Monde Diplomatique é um jornal do colonialismo francês, ironizava que o mundo acadêmico admirava Celso Furtado e FHC.  Uma biografia idônea sobre Bautista Vidal deve começar perguntando por que um dos maiores cientistas da natureza foi marginalizado e posto no ostracismo. 

Argumentava de que historicamente as civilizações não são mortas, elas se autodestroem. 

 Ignoramos o Sol, ignoramos a água, ignoramos a terra. Por isso desprezamos a natureza, fonte de riqueza, por isso vendemos e entregamos os nossos bens. Padre Antônio Vieira: os gringos não querem o nosso bem, eles querem os nossos bens.

Enriquecemos as nações hegemônicas. No final da vida Bautista Vidal aproximou-se de Leonel Brizola que denunciou as perdas internacionais da civilização brasileira.


É hora agora de jair embora


 As coisas bolsonaras geram o Bolsonaro e podem gerar outro se não não for eliminada a condição geradora. Existe uma barricada de bolsonaros, estão por aí. Os inimigos estão por aí, os vivos e os mortos. Roberto Campos, por exemplo, vive nos seus discípulos, como o Paulo Guedes. Por isso há que tomar cuidado. O uatizapi foi importante para eleger o Bolsonaro, mas não foi só isso. Há uma alma bolsonara que é gerada pela telenovela. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe,  da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (02.07.22)


quarta-feira, 6 de julho de 2022

O baú subversivo de Glauber Rocha na Havana de 1972


Dou aos meus distintos leitores desta Pátria Grande um texto que eu descolei no Templo Glauber onde frequentei alguns anos na rua Sorocaba do Rio de Janeiro.

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     “Médici inaugura no Brazil o Estado Fascista tecnológico que moderniza a concepção colonial no continente”.

“Costa e Silva dominado pela mulher que fazia contrabando”.

“Delfim, homossexual da ignorante burguesia paulista. Roberto Campos, ex-embaixador, ex-padre, um dos tarados sexuais de maior periculosidade do Ministério das Relações Exteriores, amante espiritual de Castelo Branco, anti-marxista e fanático por tudo que é americano”. Delfim come espaguete e só ouve Bach”.


1980

“A televisão é o King Kong eletrônico que sistematiza o discurso opressivo, sobretudo no Terceiro Mundo”.

“O Cinema Novo tomou o poder em 1964”, ano de Castelo, Vidas Secas, Deus e o Diabo”. 


1975

“Coppola, o Delfim de Hollywood”.


1971

“Médici incentivava penetração imperialista ao preço da miséria popular”.


Os Anos 70

“Depois do AI5 as esquerdas se dividiram “entre a minoria que pegou em arma e a maioria que regrediu, na transparência da droga, do materialismo histórico e dialético ao sincretismo psicodélico”.

“CIA bombardeia a cultura das “elites intelectuais cuja influencia política na colônia é muito maior do que na metrópole”.

“Desequilíbrio entre a sapiência estéril do velho Fausto e o fluxo de Pierrot le Fou a Che Guevara, homens novos entre o som e a fúria”.

“Não sendo comercial o capital não me financia, sendo revolucionário o Estado me reprime”.

“O áudio-visual é a nova droga”.

“O povo brasileiro não descobrirá sua individualidade enquanto estiver bestializado por Hollywood”.

“Sobre Oswaldo de Andrade, “filósofo é vela de macumba”.

“Vinicius me contou que Cabral de Mello Neto disse para ele ser absurdo talento fazer samba ao que o malandro Moraes respondeu ao Duque de Mello”.

- “Você é que nasceu para Mallarmé. Eu nasci para Ciro Monteiro”.

Sobre “Jango, o filho de Getúlio, com a cópia da carta testamento no bolso, Macunaíma de perna curta, entre a empresa de Celso Furtado e o paraíso de Darcy Ribeiro, é Derrubado por Castelo Branco”.


PIF-PAF CONCRETISTA


“Não por acaso meu filme Terra em Transe promove um poeta a personagem principal. Não por acaso os concretistas esculhambaram  Terra em Transe. O poeta que fica no baile de Porfírio Diaz é concretista”.

“O Brasil começa onde acaba a Terra”.