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Andre Gunder Frank |
Texto Publicado na Revista Caros Amigos
Ano XII, número 137, agosto de 2008
Página 12: “Gilberto Felisberto Vasconcellos alerta sobre a importância de Andre Gunder Frank”
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Escreveu o título obra-prima da sociologia sobre América Latina, Ásia e África: O Desenvolvimento do Subdesenvolvimento.
Seu nome: Andre Gunder Frank, alemão, Berlim, 1929, estudou nos EUA, mas não embarcou na dos “Chicago Boys”, o departamento canalha de economia do doutor Milton Friedman, o amiguinho de Pinochet, assim como o professor Rostow mandou jogar bombas nas cabeças dos vietcongs.
Lênin tinha razão: é uma raça pouco confiável a dos professores.
Gunder Frank chegou por aqui revolucionário, passou por Paul Baran e Paul Sweezy, os dois estudiosos marxistas do capital monopolista. Ele se empolgou pela revolução cubana de 1959, dando um puta adianto para nos ajudar a entender o que é o subdesenvolvimento e a necessidade de sair desse inferno causado e mantido pelos países desenvolvidos.
Por aqui Gunder Frank não é conhecido pelas novas gerações de sociólogos. Os velhos sociólogos e economistas - à FHC, Serra e Weffort - colocaram-no na geladeira para que o petucanismo alcançasse o poder e fosse a ideologia dominante das multinacionais.
Depois de 1964, a direita nas ciências sociais, cacifada pelo turismo acadêmico, teve por incumbência mostrar que a felicidade do povo brasileiro é multinacional ou não é felicidade.
O sem medo de ser feliz do PT é um estribilho multinacional, a fábrica que paga melhor seus operários, segundo o companheiro Lula.
Gunder Frank em 40 livros, andando pelo mundo todo, do Ocidente ao Oriente, concluiu: Subdesenvolvimento ou Socialismo.
Sem revolução socialista na América Latina, o desenvolvimento jamais será alcançado.
O imperialismo capitalista produz o subdesenvolvimento crescente. Alguém aí acredita que esse troço vai botar empada na azeitona de alguém que não seja magnata?
O subdesenvolvimento somente desenvolve o desenvolvido em escala nacional e mundial. Por isso o poder nacional é paulistocêntrico.
O capitalismo é único e um só.
Da conversa de Gunder Frank (que deu aula na Universidade de Brasília convidado por Darcy Ribeiro) com Leonel Brizola, em 1963, nasce o conceito brizolista sobre “as perdas internacionais” da nossa economia.
Nós (Ásia, África, América do Sul) é que financiamos o vidão rico da Oropa e EUA.
Brizola ficou louco no artigo do Frank porque este deu fundamento científico à Carta Testamento de Vargas em 1954.
Viva, hermano Frank!
Exportamos capital. Sim, é verdade, tem que cortar as pernas desse modelo econômico perverso, diria o velho Briza.
É preciso estudar a vida e obra de Gunder Frank.
Casou com Marta no Chile. Pinochet os exilou.
A América Latina está em falta com o sociólogo Andre Gunder Frank. Reconhecimento póstumo. Ele já morreu, em 2005. Câncer. Quando vivia, foi escondido para que os malandros das ciências sociais chegassem ao poder.
Gunder Frank acreditava que existia objetividade e verdade no discurso das ciências sociais, mas denunciou que nos EUA e Oropa todas as Ciências Sociais eram um projetão camelot a fim de engabelar os universitários da América Latina.
O imperialismo está tão dentro de casa que ninguém o vê.
Até agora nenhum país subdesenvolvido conseguiu superar os efeitos do imperialismo, isto é, o subdesenvolvimento progressivo.
É impossível exportar o progresso, assim como não podemos mandar a gente brasileira para outro país. Nem para limpar privada.
Em 1961 Gunder Frank chutou o pau da barraca das Ciências Sociais nos Estados Unidos. Cagou potes para o passaporte norte-americano. Seu pai, romancista alemão, exilado pelo Hitler, era amigo de Thomas Mann e Greta Garbo.
Até hoje eu não entendi: por que Gunder Frank e Glauber Rocha não se encontraram em algum país da América Latina?
Será que Gunder Frank viu o filme Terra em Transe, de 1967?
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