sexta-feira, 6 de maio de 2022

Os BitousRolinstones são coadjuvantes da peste pop Covid agrobiusinis



Sumiu da cultura a pergunta: o que representa a música na transformação da sociedade? 

A música como atividade autônoma. A cantora que canta tal que o pássaro cantando, de fala que Karl Marx referindo-se ao valor de uso. Isso acabou com os Bitols.

O direito ao barulho é erroneamente concebido como liberdade individual. 

Aqui no Brasil para existir progresso é preciso suprimir o barulho, sobretudo o barulho dentro da família. A família do barulho.  Não existe mais conversa. 

O povo é embrutecido pelo barulho. Quanto mais barulho mais júbilo sente a classe dominante, quer nacional, quer multinacional. A vítima do barulho são miseráveis.

Silenciem como sereias.

Para o corpo favelado o barulho dá prazer. Falso prazer. O prazer sem prazer. É uma "satisfação" dos Rolling Stones. Expande-se a alienação fonográfica junto com o pauperismo.

A onipresença da música se justapõe e suplanta o ruído das máquinas e das motocas. A música tornou-se o muzak das máquinas. Que música? Isso já não importa. Qualquer música comercial e pornô. 

Os Bitous colocaram como crianças para trabalhar. Como canções produzem a mais-valia-acústica com a neurótica alteração do batimento cardíaco. Não é mais o coração órgão propulsor do sangue arterial de Noel Rosa, cuja voz era a do timbre fumante e tuberculoso.

O pop traz a morte reacionária da família. A banda de Rock dança com a corporação Standard Oil que deu o golpe de 64. 

O capitalismo é ruído. Por isso não há nada a comemorar nas efemérides da Tropicália. 

O que é o sincretismo sob o signo do capital monopolista? O rock sincrético foi uma arma usada no Vietnã. O popapocalipse anti-ecológico de Francis Coppola.

Bob Dylan já estava na jukebox da Chrysler em 45 rotações.

O prazer na alienação foi um dos grandes temas da filosofia da música de Adorno. Picharam-no de filósofo ranzinza contra o coito enaltecido pela "música corporal". Os amantes ouvindo um sonzinho. Uma mercadoria do amor.

Afinal, amar quem é que sabe? Só o poeta fodão fonográfico multinacional. Espraiou-se por todos os lugares que o crítico é um chato, antipático, ressentido, invejoso. Aliás, não existe mais crítico de música nem crítico de cinema. 

José Ramos Tinhorão ficou sem emprego arrumar por causa da pressão exercida pelas fábricas de ruído audiovisual.

Citarei Glauber Rocha: "o cinema é uma indústria da comunicação popular, mas não uma indústria como o cigarro ou o automóvel". Claro que o cineasta não estava falando do cinema baixo nível que justifica a guerra do Pentágono.


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