segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Janjamor contra o malvado mercado


Foto: Evaristo SA/AFP

O príncipe infeliz, Bolsonaro, teve um principado de maldade. E o seu bobo foi o juiz Sérgio Moro que criou o Lava Jato, com apoio da mídia. Por isso o Lula não pode acreditar em lua de mel com a patotinha da Globo. Há uma conspiração do mercado mal-humorado. Mas, Lula é protegido por uma mulher, íntegra. Janja. Janjamor. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares.   (17.12.22).

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Entender o infortúnio histórico


Há que pesquisar os motivos da ascensão de Bolsonaro. A função do novo governo é dupla: fazer uma autocrítica, pois o bolsonarismo não caiu do céu. E também denunciar o que há de Bolsonaro no pacto petucano. É preciso manter uma indignação necessária. E também há que entender esse infortúnio histórico. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe,  da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares.  (10.12.22).

Foto: reprodução/PT 

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

580 dias na prisão



Qual terá sido o saldo dos 580 dias vividos por Lula na prisão? O que terá pensado lá em Curitiba? Como isso vai influenciar o presente? Luta de classe e castigo. A história é imprevisível. Coisas acontecem. Terá Lula aprendido? E agora, virá a classe trabalhadora em seu favor? Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (19.11.22). 

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Manja Janja

 


Lula já é história. Mandou o Bolsonaro pra correr. Mas, ainda está inconcluso o processo da derrota. A mídia entreguista que pariu Bolsonaro vai seguir tentando criar uma leucemia psíquica em Lula, para enfraquecê-lo. Ele não deve assistir a esses programas. Janja precisa ser a guardiã. O objetivo da mídia é privatizar o território brasileiro. Ela gosta mais do Paulo Guedes do que de Lula. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (12.11.22).


quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Luiz Inácio Lula a governar com os seus inimigos ou como é que se faz para desbolsonarizar os Brasis


 
Time da Globo News

Antes de tudo responder ao que ainda não se tem resposta: as causas psicossociais do fenômeno Bolsonaro. Um filósofo dialético diria: uma ontologia social do bolsonarismo. Não ele em si, embora o indivíduo, como dizia Napoleão, seja o trono.

O badameco Jair Bolsonaro foi o agente da ruína civilizatória, escolhido por uma burguesia inculta e dependente que abdicou de qualquer brio nacional, seguido ou precedido por setores das Forças Armadas. Estas agindo como tropa de ocupação estrangeira, consonante a caracterização do golpe de 64 dada por Nelson Werneck Sodré, exímio historiador e exemplo de militar, aliás o melhor historiador do Exército. 

Lamento os oficiais das Agulhas Negras não o estudam por preconceito antimarxista e antinacionalista, dando absoluta preferência a Gustavo Barroso, integralista e reacionário a favor da guerra do Paraguai ao serviço do imperialismo inglês.

O Gustavo Barroso que vale a pena ser lido, o pesquisador do folclore e da cultura popular, é o autor de A Terra do Sol. Este contudo é desconhecido pela oficialidade militar, por conseguinte presa fácil do colonialismo do Pentágono e de Hollywood. 

A verdade é que o divórcio não é entre civil e militar, e sim a antinomia entre entreguistas e nacionalistas no interior das Forças Armadas. Duque de Caxias, informou Capistrano de Abreu, que iria ser enterrado como um singelo paisano.

O generalato Bolsonaro que foi para a missão genocida no Haiti abomina Simon Bolivar. Na cabeça do militar brasileiro (e Lula não deve descuidar disso) está arraigado o sentimento colonial de inferioridade. O armamento é comprado para a do país. A tecnologia bélica é importada. A admiração e inveja dos Estados Unidos decorre de seu armamento avançado. O fetichista armamentista não deixa os militares brasileiros perceberem que a guerra é feita pelos homens, não pelas armas.

O condicionante internacional da economia rentista interfere no Exército cipaio que apoia e manufaturou o "mito" Jair Bolsonaro. Mito fabricado que se desfaz a cada dia, todavia o mais importante é o motivo das Forças Armadas tomarem uma feição cipaia na metade dos anos 2000.

Por cipaio entende-se o soldado nacional que defende a tropa estrangeira e os interesses de países estrangeiros. A questão das Forças Armadas cipaias não se resolve apenas com didática educacional, interferindo no currículo das escolas militares, se bem que seja importante saber quais os autores que ela se estudam; o problema é o caráter dependente e subdesenvolvido do país que repercute na cabeça dos militares. Por isso é mais fácil pintar um general Heleno cipaio do que um marechal Lott patriota.


domingo, 6 de novembro de 2022

Peste bolsoca derrotada


 

Foto: Caio Guatelli / AFP 

Um inegável feito histórico de Lula da Silva. A peste foi descartada, mas não foi erradicada. Não é suficiente a eleição. O Brasil não pode esquecer o terrível trauma que foi esse momento Bolsonaro. Mas, atenção: há que explicar tudo isso para que o combate seja eficaz. Lula não pode perdoar os inimigos do povo. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe,   da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares.   (05.11.22).


domingo, 30 de outubro de 2022

Granada Jefferson

 

Foto:G1

Há uma irracionalidade criminosa no Brasil, fruto de 50 anos de telenovelas misturado com programas de auditório. O exemplo disso foi a farsa criada por Roberto Jefferson. Foi inusual a ação da polícia que, sabe-se lá porque, não fez dele um mártir. Tudo foi armado pela trupe bolsoneca. Um episódio que lembra muito o que aconteceu com Carlos Lacerda, que fingiu ter levado um tiro no pé. Este é o tema do comentário de Gilberto  Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe,  da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares.   (29.10.22).


quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Granada Jefferson é a facada que não logrou êxito


Orquestrada operação Rambo Levy Gasparian com o Palácio de Brasília.

Sim ou não?

Jefferson ligou para Bolsonaro, antes e depois de jogar granada.

Houve ruído na comunicação.

Os policiais não se retruam aos tiros.

Os policiais não estavam mancomunados com Jefferson e Bolsonaro.   

Foi inusual a reação policial. 

Imagine-se isso num barraco na favela. 

Não sobraria pedra sobre pedra.

O previsto ou o combinado era a reação a tiro, o que atingiria Jefferson convertendo-o em mártir. 

Um mártir que já está bichado de câncer. 

Um mártir aliado de Bolsonaro e contrário ao judiciário.

Feri-lo ou mata-lo?

Inverossímil que Jefferson macaco velho não tolera ir uma vez mais para a cadeia.

Lá ele é amigo do rei.

Jefferson provocou sua prisão. 

Sabia-a prestes a acontecer.

Alô Bolsonaro, tudo em cima?

É teatral o "só saio daqui para o cemitério".

Destemor ante a morte ou morrer com fé a fim de eleger Bolsonaro?

Carlos Lacerda foi cínico quando fingiu o tiro no pé na rua Tonelero no ano do suicídio de Getúlio Vargas.


sábado, 22 de outubro de 2022

Papa Francisco, socorre nóis


Estou invocando o Papa para discutir a realidade brasileira. Invoco Epicuro e William Blake. Porque nestas eleições a batalha está entre a igreja católica e o bispo Macedo. Sugiro que venha para cá imediatamente. Socorre nóis. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (22.10.22)


segunda-feira, 17 de outubro de 2022

O ocaso de São Paulo


Foto: Guia Folha

A elite miliciana no poder em São Paulo. Os oprimidos carregam bandeiras gospel e batem palma para os opressores. Vivemos um tempo que ultrapassa o horror de 1964. Louva-se a tortura, de novo, de novo e de novo. E agora, no segundo turno, São Paulo pode eleger alguém que vai por fim , pela via reacionária, o bairrismo paulista. O cara é um bolsoneco que nunca morou lá. Este é o tema do comentário de Gilberto  Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe,   da Rádio  Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares.   (15.10.22)


terça-feira, 11 de outubro de 2022

A pesquisa degenera a política


 

As pesquisas deram errado. A verdade da mentira é número. A pesquisa está desmoralizada, não porque erra, mas porque degenera a política. Não há luta de classes, não há oposição, é só o some desce de beltrano e cicrano.  Jornalistas bem vestidos convertem a política em papo furado. Este é o tema do comentário de Gilberto  Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe,  da Rádio  Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares.  (08.10.22)


A cadeia é uma escola para os revolucionários


O Lula, preso, deve ter pensado em como mudar esse país. Deve ter pensado no povo. Ele vai voltar? Voltará para quê? Lula, ouça o recado do morto Leonel Brizola. Cuidado com o vice. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (01.10.22)


domingo, 9 de outubro de 2022

Bilhete aberto a Guilherme Boulos


Folgo em ver-lo despontar como uma das mais expressivas lideranças do pobretariado na cidade que odeia pobre e que adora o capital estrangeiro, em cujas elites intelectuais observam-se o desejo de trocar o idioma para o inglês.

Em seu próximo governo, possivelmente de feitio bonapartista, o presidente Lula não se mantém sem o apoio ofensivo e permanente da classe operária e do subproletariado. Sabe-se lá se não encontrará forte hostilidade das Forças Armadas. Só com o capital fictício da Avenida Faria Lima será inevitável o naufrágio, não obstante a fidelidade do companheiro de viagem Geraldo Alckmin.

Tudo isso, prezado Deputado Guilherme Boulos, sabe que é o depois; o problema imediato agora é eliminar o câncer Bolsonaro. A perdurar mais 4 anos, será o extermínio do povo, a perda do território e o aniquilamento das Forças Armadas nacionais.

É correto conceitualmente a civilização ou barbárie, mas não é didático e de apreensão popular. Parece aula de Pós-Graduação na USP. O lance popular é: vida contra a morte!

São Paulo está deixando todo o Brasil atônito, perplexo, apavorado.

Que é que deu na cabeça dos paulistas e dos paulistanos?

Um badameco aponta um outro badameco que não é de São Paulo, que não conhece a Praça da Sé e esse badameco pode ser o preferido dos eleitores.

Isso é loucura, a cara nunca amorosa aí, a cara é de para a, sem nenhum vínculo com o povo e com a terra, trata-se de um forasteiro que não é nem Meteco.

Pita amorosa.

Erundina amorosa.

Lula amoroso.

Tarcísio é um interventor!

Onde está o narciso de São Paulo?

Onde uma autoestima?

Não basta ter como consolo ficar sabendo que o tucanismo agônico se transmudou em baixo-nível Bolsonaro.

Cordiais saudações.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Petrobras é tema de novo livro de Gilberto Felisberto Vasconcellos


Gilberto Felisberto Vasconcellos acaba de concluir mais um livro para sua extensa obra. Este, em particular, concentra toda a análise na problemática acerca da energia e tecnologia. A metodologia fez-se pelo cotejo histórico entre a Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) e José Walter Bautista Vidal, o cientista que antecipou a importância da Petrobras na gestão das bioenergias.

Releva-se informa que o cientista foi desapropriado dos responsáveis por conceber o Pró-Álcool junto ao ex-diretor da Petrobras Paulo Vieira Belotti, o ex-Ministro Severo Fagundes Gomes e tantas outras figuras do nacionalismo pátrio no governo do presidente Ernesto Geisel (1974-78). Soma-se a isso a magnitude da AEPET, instituição de elevado conceito no saber científico sobre o campo da geologia e da geofísica, de luta inesquelizal em defesa das causas nacionais. Trata-se, portanto, de um livro essencial para a conquista da soberania nacional.

Outro detalhe significativo é que o autor, Gilberto Felisberto Vasconcellos, foi amigo íntimo de J. W. Bautista Vidal durante 30 anos. Desta amizade frutificaram 04 livros em coautoria que tematizam, sobretudo, a questão energética e tecnológica. As instituições e editoras comprometidas com o futuro do nosso povo não podem se furtar de apoiar este indispensável livro que versa sobre as bases nacionais e, antes de tudo, resgata o legado deixado por J. W. Bautista Vidal.


sábado, 24 de setembro de 2022

Olha aqui, papai!


A recorrente preocupação de encontrar como causas do fenômeno bolsonaro. Essa maneira de estar no mundo que exige a morte da mãe e choca toda a cultura brasileira. Um novo livro vem aí discutindo esse feminicídio, esse ataque contra a mulher, esse matricídio. A necessidade de ir além para capturar a verdadeira essência dessa forma de atuar politicamente que agora se expressa sem pejo. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (24.09.22)


quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Direito de morrer


Foto: Chistof Schuerpf

Janloquigodard revolucionário. Uma escolha humanista da morte indolor. Godard, que amava Epicuro. Godard, que era amado por Glauber Rocha, e a cara mais popular no Rio de Janeiro durante muito tempo. Godard é a palestina na favela carioca. "Declaro a ele o meu amor". Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (17.08.22)


quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Pênis uatizapi


O teatro surdo e castrado do Brasil atual. O pênis que verdadeiramente importa é o internacionalizado e imbroxável de Paulo Guedes que segue entregando o Brasil sob o aplauso de uma claque porno-idiotizada do uatizapi,bem como pela mídia comercial. O Guedes é o Marlon Brando da cultura brasileira. Bolsonaco again é o perigo da tortura, daí a necessidade de Cyro Gomes superar o rancor. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (10.08.22)


sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Legalidade: um movimento popular


No dia 24 de agosto de 2022 o suicídio de Getúlio Vargas completou 68 anos. Sua Carta Testamento é um documento de grande importância histórica que não é conveniente sermente lembrado. O mesmo ocorre com a Campanha da Legalidade, movimento liderado por Leonel Brizola no início da década de 1960 que adiou o golpe militar. Brizola, por sinal, completa 100 anos em 2022, se vivo.

Neste momento de turbulência política, quando a ABI se obrigada vê a criação de uma "nova Rede da Legalidade contra o golpe", o sociólogo, jornalista e escritor Gilberto Felisberto Vasconcellos, que é professor da UFJF, toma a iniciativa produzir, com Guilherme Gravina, o vídeo-depoimento "Legalidade, uma campanha subversiva", no qual dá o devido destaque à importância histórica da Campanha da Legalidade, liderado por Brizola, que ele compara um 1905 na Rússia, classificou Leninou como "ensaio da Revolução de 1917".

Estudioso da Teoria da Dependência e entusiasmado com as possibilidades de desenvolvimento autônomo do Brasil, Vasconcellos destaca também nesta entrevista a Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPETV) o potencial do país no campo da energia e lembra sua parceria com o engenheiro e físico baiano Bautista Vidal, considerado o "pai do Proálcool", com quem escreveu alguns livros.

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Decadência ou Revolução


Saudades de Samir Amim

Revolução desde 1948 é socialista ou não é revolução.

Karl Marx achava que a revolução na Europa era prestes a emissões. O que aconteceu, à exceção do soviético de 1917 e de Cuba insular, foi um longo processo de decadência segundo Samir Amir, a marxista que no Egito formulou o conceito de eurocentrismo.

A decadência é o que se desenvolve.

Para Rui Mauro Marini a análise política começa pela superexploração da força de trabalho. É o método para o conhecimento da totalidade social.

É ambígua a relação da burguesia bandeirante com a ditadura de 64. Esta é ruim por suprimir a democracia, mas empreendedora por valorizar o capital estrangeiro.

A TV Globo considera Paulo Guedes um despachante genial.

Uma burguesia colonial é politicamente covarde e culturalmente desprovida de talento. Não rompe os laços de vassalagem com o imperialismo.

Nuestra burguesia é o pior inimigo do povo do ponto de vista imediato. O imperialismo é o pior inimigo do ponto de vista mediato.

Reforma agrária só com revolução socialista. O PT foi coquete com o PSDB e a Rede Globo. No PDT de Ciro Gomes tutto va bene, com a teologia Harvard da prosperidade de Roberto Mangabeira Unger.

Trotsky deu a dica às vésperas da Segunda Guerra Mundial: se invasão não era britânica, a classe operária deveria estar ao lado de Getúlio Vargas e não a favor do charuto democrático de Churchill. O combate ao fascismo não deve deixar de combater ao mesmo tempo o imperialismo. Erramos ao venerar o doutor Ulisses, o das Diretas Já. Sem esquecer o dengoso Tancredo Neves pensando em Carmen Miranda.

O PSOL pós-moderno não é um partido com perfil anti-TV. Para o PSOL a mídia é politicamente neutra. A questão do "gênero sexual" não deveria menosprezar a luta de classes como se as relações de gênero não estivessem imbricadas no processo de acumulação de capital e da superexploração da força de trabalho.

A mulher faz o trabalho doméstico não remunerado, integra a classe trabalhadora, ora na economia informal, ora no exército industrial de reserva. O problema cultural atualmente é que a mulher pobre ou pequena burguesa é manipulada pelas mensagens evangélicas.

O que é uma mulher bolsonara?

O que quer uma mulher bolsonara?

O desejo do PSOL pop é cantar e saracotear no Canecão, e não tomar o poder. Não deslembrem que o PT, do qual descer o PSOL, teve a Rede Globo como equipe de viagem contra Leonel Brizola. O PSOL poderia palmilhar a mesma trilha mazoca se ficar compadre da Rede Globo alegando estar em oposição aos evangélicos.

Disse Frederico Engels que o homem na família era o burguês; a mulher, o proleta. O aforismo segundo o qual a criança é o pai do homem não comove o PSOL; de resto, também não se preocupe com pastores porque não é a criança que cacifa o dízimo.

O dinheiro não é um desejo infantil.  

A revolução é sem abstrata o proletariado fabril, por mais que se diga que haja um proletariado sem fábrica. Proletariado nubívago. Proletariado sem mãos.

Uma revolucionária programática exige que a classe operária lidere a massa sobrante e marginalizada.

Proletário e pobretário unidos.

O reformismo burguês não tem condições de integrar a massa nem é capaz de estender socialmente o progresso. Estamos impossibilitados, conforme diria Darcy Ribeiro, de entrar no clube dos ricos.

Os líderes petistas acreditam na Rede Globo, na Folha de São Paulo, na Bandeirantes, na Record, no Estadão. Despolitizaram os sindicatos e foram arrastados na galhofa a capacidade revolucionária da classe operária.

A luta de classes, ao contrário do que diz o internacionalismo de boutique, está inserida no contexto nacional. A revolução proletária requer uma convergência do marxismo com o nacionalismo. A revolução tem de ser nacionalista em países dependentes, daí a necessária assimilação do brizolismo e da esquerda nacional de Abelardo Ramos e Vivian Trías.

O argentino Jorge Abelardo Ramos trouxe a reflexão anti-desenvolvimentista de Trotsky para a América Latina e foi certeiro em sua palavra de ordem: marxizar Bolívar e bolivarizar Marx.

É necessário traçar a genealogia bolsonara a partir da biusiness kilture: corpo malhado, tatuagem, boca de motoca ruidosa, grossura do ouvido porta-malas, desejo de violentar-se e de sofrer no beijobiguibrodê.

Escrevendo carta para Karl Kautsky, Engels referia-se a uma nação dividida entre uma maioria reacionária e uma minoria impotente.

O desenvolvimentismo é a ilusão de um capitalismo nacional. Isso só é possível se o nacionalismo para anti-imperialista.

O reformismo é falso quando pretende eliminar a pauperização no sistema capitalista.

O reformismo é conformista. Não temos o direito de mudar a vida.

PT e PSOL, ao invés de levarem adiante o legado do Polop, preferem alinhar-se à indústria cultural do pop. É o papatêsol. Isso significa ausência de interpretação econômica como se a sociedade fosse movida por reza e show de música.

Vamos cantar!

Vamos orar!

O rentismo da acumulação financeira não quer dizer que otrabalhador de carne e osso tem desaparecido. Quanto ao desempregado, a burguesia já jogou a toalha: solução é exterminar a massa sobrante.

Uma pequena burguesia desesperada é a condição imprescindível para que haja fascismo.

Com baioneta pode-se fazer tudo, menos sentar-se em cima dela, dizia Napoleão Bonaparte.

A repressão policial é desencadeada em função do progressivo pauperismo, mas este não é o fator determinante da revolução. Esta exige um partido político com direção revolucionária que será capaz de unificar os oprimidos, os assalariados e os não assalariados. O boia-fria precisa de teoria revolucionária.

Getúlio, a Petrobras e o nacionalismo


Getúlio marcou a história do país para sempre. Ele não queria o Brasil escravo de ninguém. Mas, não conseguiu. Deu um tiro no coração para salvar a Petrobras, acossada pelas empresas estrangeiras. Evitou o golpe em 1954, que veio 10 anos depois. Foi só depois, com o FHC, que a estatal começou a ser desmontada. E agora, aí está o Paulo Guedes dando o pá de cal. O Brasil entregue, o Brasil escravo, subdesenvolvido e superexplorando os trabalhadores. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (27.08.22)


quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Globo luxo, milícia lixo


Apelar para a fé é uma estratégia para emburrecer a plateia. O espírito santo não vai descer. Nem para os da teoria da libertação, nem para os da prosperidade. Os políticos estão instrumentalizando a religião para seus interesses. Isso dificulta a distinção entre eles. O único que nunca bateu cabeça para a religião foi o Leonel Brizola. Por isso é preciso fazer a crítica da religião, que é política em qualquer lugar do mundo. Este é o tema do comentário de Gilberto  Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (20.08.22)


segunda-feira, 15 de agosto de 2022

O voto é uma mercadoria


A direita entende o voto como algo que pode ser vendido e comprado. O empobrecido sem comida, sem casa, sem estudo, acabando votando mal. O voto não pode ser abstraído das condições materiais da vida dos trabalhadores. Leiam, leiam, leiam, leiam Gondim da Fonseca. A miséria é nossa. O dinheiro compra o voto. Há que estudar e qual o papel do voto nesse país. É idealismo pensar que, num átimo, os trabalhadores decidem por um voto consciente. Essa é a tragédia das eleições. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (13.08.22)


quarta-feira, 10 de agosto de 2022

A metodologia anticolonial na abordagem da Petrobrás de Getúlio Vargas a Ernesto Geisel


Sabendo do interesse que tem pelo cotejo histórico entre Getúlio Vargas e Ernesto Geisel, Sylvio Massa indicou-me a leitura do artigo acurado de Pedro Augusto Pinho sobre o caso do Estado Novo. O foco narrativo desse artigo incide no presente vende-pátria, com a acumulação financeira do capital, para o passado da construção nacional tendo referência à Petrobrás, a empresa que está no âmago da história do Brasil desde o suicídio de Getúlio Vargas.

Pedro Augusto Pinho não tem papas na língua ao mostrar o signo financista do entreguismo com FHC, que foi precedido pelo general João Batista Figueiredo, cuja descendência paterna é a anglo constitucionalista de 1932, enquanto Ernesto Geisel origina-se, com todas as suas contradições, da getuliana revolução de 30, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização do país, que é o marco por se iniciar a descolonização segundo a historiografia marxista e nacionalista de um Nelson Werneck Sodré.

Destarte, releva dizer que o reflexo de Pedro Augusto Pinho, na defesa do interesse nacional quanto ao petróleo, traz a metodologia anti-imperialista ancorada na existência colonial ou semicolonial. É com ênfase e iracúndia de que se reportar aos "capatazes dos poderes coloniais", os agentes do imperialismo na área da energia que permanece até hoje. A categoria economia colonial refere-se à renda drenada para a do país. O aspecto problemático do texto, ou melhor do que está para a do texto, é o nexo da revolução de 30, a paideia do jovem Ernesto Geisel, e o golpe de 64 que é antirrevolução de 30 e a favor do imperialismo.

O general Geisel, convém dizê-lo, foi entusiasta do 64 feito nos EUA. Trata-se de um paradoxo, ou melhor, de uma contradição que ronda como um espectro o artigo de Pedro Augusto Pinho, pois o golpe de 64 não deixa de ser antigetuliano em sua essência, perseguindo e banindo João Goulart, Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e Álvaro Vieira Pinto, entre tantos outros. Haverá, portanto, uma anfibologia semântica e política em Ernesto Geisel: um lado Vargas, e outro lado anti-Vargas. Careço de informações bibliográficas para afirmar, pelas constelações telúricas gaúchas, se o general algum dia teria refletido sobre essa anfibologia em sua personalidade política antes de 1964. Teria essa questão regional discutida entre os irmãos Geisel, todos eles generais antimarxistas?

Desconheço, não sendo Ernesto Geisel leninista, se chegou a proceder a uma rigorosa autocrítica histórica acerca da dualidade entre trenzinho caipira de Villa Lobos e o uísque imperialista do embaixador Lincoln Gordon. Dir-se-ia que a Petrobrás é um rebento tardio da revolução de 30, enquanto que nos preparatórios conspiratórios do golpe de 64, nas conversas de Campos e Bulhões, já se delineava o plano de venda da Petrobrás e de privatizar todas as estatais. A busca do fio da história revela-se implacável na forma de analisar o presente, analisá-lo e ineludivelmente julgá-lo, sem perder de vista quem são os amigos e os inimigos do povo. Lembro Leon Trotsky: não é porque morreu que o inimigo de classe deixa de ser inimigo.

Insiste na impressão que teve ao ler o artigo de Pedro Augusto Pinho: Getúlio e Geisel são os personagens que representam as tendências derrotadas na história, pelo menos até agora, ao passo que os vencedores são os inimigos da Petrobrás, Juarez Távora, Silvio Frota, FHC e Jair Bolsonaro. O "financismo", para citar Pedro Augusto Pinho, aglutina todos os inimigos da Petrobrás que fazem o jogo da "renda imperialista", como dizia Samir Amir, que foi na África getuliano, nacionalista, marxista e terceiromundista.

Na década de 70 Glauber Rocha, o maior representante do cinema terceiromundista, estampou no Correio Braziliense de Brasília a defesa de Geisel pelo prisma descolonizado. Atenção: Glauber Rocha era getuliano, janguista e brizolista. Identificava cinema nacional com Petrobrás, cinemabrás, assim como Gondim da Fonseca, o biógrafo de José Bonifácio, defende a tese de que a realização da reforma agrária dependia da práxis da Petrobrás.

Se a escola política de Geisel foi o petróleo, inclusive por suas incursões progressistas na geopolítica quando presidente da República, tem de convir que a criação da Petrobrás não poderia ser mentalizada pela ditadura de 64. E aqui entra o meu diálogo com o cientista da energia, o engenheiro Bautista Vidal, de quem fui parceiro de um livro clandestino editado por ele mesmo em Brasília, cujo título é uma metáfora haurida de Castro Alves e Heráclito de Éfeso – Petrobrás um Clarão na História. Tendo por paradigma teórico a ciência da termodinâmica, o professor Bautista Vidal considerava a Petrobrás o caminho da totalidade da civilização brasileira, que deveria ser norteada pelo sol dos trópicos, daí a necessária travessia do fóssil para o hidrato de carbono sob o comando de um Estado nacional. Não é agora o momento oportuno para sublinhar que o futuro da Petrobrás estaria, segundo Bautista Vidal, vinculado ao álcool e aos óleos vegetais, a Petrobrás como empresa de energia além do petróleo, e nesse sentido como reparadora do equilíbrio ecológico em escala global.

A destruição da natureza faz parte da lógica da acumulação do capital. Bautista Vidal foi acusado de uma visão fatalista de que o petróleo iria acabar. O cientista afirmou inúmeras vezes que seria ingenuidade acreditar em descobertas tecnológicas para a humanidade livrar-se do fim do petróleo.

Pedro Augusto Pinho menciona o Pró-álcool como um dos feitos extraordinários do governo Geisel, o primeiro e único programa mundial alternativo ao inevitável esgotamento do petróleo. Por isso Bautista Vidal nunca se esquecerá de agradecer o convite de Severo Gomes para participar da equipe de Geisel. Só isso notabilizaria esse governo, por mais truncado e sabotado que tinha sido o Pró-Álcool; contudo, Bautista Vidal dizia para os amigos que Geisel nunca chegou a entender a verdadeira magnitude civilizatória do Pró-Álcool, e que ele, Bautista Vidal, teve a impressão de que Geisel o considerava um cientista megalomaníaco.

Com certeza deve ter chegado aos ouvidos do Presidente que o seu ministro, intelectual audacioso influenciado por Ortega y Gasset e Miguel de Unamuno, estava convencido de que a energia vegetal dos trópicos seria a eterna energia do futuro enquanto não havia sol na terra. Não era absolutamente um cientista megalomaníaco, e sim um cientista descolonizado pelo sol dos trópicos, o sol do novo mundo, assim ele evocava o governo Geisel com admiração, inclusive por ter teado ensejado a compreensão do pacote forâneo como a alienação típica do Cepal que marcou todos os desenvolvimentismos.

No artigo de Pedro Augusto Pinho, tal qual em Bautista Vidal, o mesmo relevo é dado ao ano de 1979, vindo logo a seguir a recolonização de João Batista Figueiredo aos moldes da demanda exigida pelo imperialismo. A voz de Henry Kissinger foi repercutida com o temor de que poderia despontar um novo Japão na América do Sul. Vamos liquidar o Pró-Álcool. Dito e feito. Bautista Vidal nunca mais seria cogitado a dirigir a política energética do país, ainda que parcialmente como na época de Geisel. Debalde várias vezes tentou, mesmo durante a pós-ditadura com os governos Lula e Dilma.

O desmonte predatório antinacional do Pró-Álcool como combinação de energia e tecnologia antecedeu ao fechamento da informática na década de 80. Para mim um crítico balanço sobre Geisel traz o diálogo com Bautista Vidal, antes e depois de ter apresentado seu pessoalmente Leonel Brizola no Instituto Alberto Pasqualini. Sempre surgindo em nossas conversas qual era a pior divisa contra a soberania do país. Eu insistia no golpe de 64, nosso Vietnã segundo Darcy Ribeiro, lembrando que o Geisel (provavelmente Orlando) autorizou em 1961 o voo de Tancredo Neves para abortar a Campanha da Legalidade em Porto Alegre, o último movimento popularmente progressista na história do Brasil. Retrucava Bautista Vidal que em 64, apesar do fatídico golpe de Estado (do qual ele não participou nem apoiou, embora seja amigo de Luís Viana Filho), ainda houve algumas iniciativas nacionalistas com Geisel que retomaram o caráter progressista do líder burguês Getúlio Vargas.

Pensando no para o país e o povo que significa o governicho Jair Bolsonaro conduzido por interesses rentísticos do capital estrangeiro e por estamentos militares entreguistas (não por acaso adversários de Ernesto Geisel), então que dar razão a Bautista Vidal quanto a que se seguiu ao ano de 1979 com o sucessão geiseliana.

Com a privatização internacional da Petrobrás, um desidério dos golpistas primeiro de 64 era vender a Petrobrás e privatizar todas as empresas estatais, pisamos em um chão que não é nosso. Esfacelada nação, dixit Bautista Vidal, intelectual nacionalista, anticolonial e anti-imperialista, mas não marxista. Fosse tentar uma definição sua, diria tratar-se de um positivista iluminista cristão. A oportunidade de exercer seu talento como cientista da energia, de que resultou o Pró-Álcool, foi Geisel quem deu em 1974, o qual vinha fazendo desde 1969 um trabalho profícuo na direção da Petrobrás, conforme reparou Pedro Augusto Pinho, ou seja, uma direção visando o interesse da nação na área do petróleo, ainda que sob a tutela de uma multinacional. É isso o retrato de Geisel em sua ambiguidade política, o que não havia de modo nenhum no nacionalismo nítido de Getúlio Vargas expresso na Carta Testamento.

A verdade é que, não obstante os traços repressivos em comum na perseguição e prisão dos comunistas, o Estado Novo não foi tão atrelado aos interesses econômicos do quanto imperialismo o regime de 64. Assim, visto sob o ângulo da Carta Testamento, Ernesto Geisel é um personagem menor na batalha pela soberania nacional, todavia é um gigante se para analisar a luz do que aconteceu com a ruína da Petrobrás de FHC a Jair Bolsonaro.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

A Petrobras no fio da história

 


Imagem: Shutterstock/iStock/Montagem Felipe Alves

Humilhada e sacaneada desde Getúlio Vargas. A Petrobras. 68 anos de vida. Um sangue que corre na história do Brasil. E que segue vilipendiada, privatizada e usada. A classe dominante (e dominada porque capacho das empresas multinacionais) não quer a autonomia energética do país porque não quer a soberania nacional. Por isso coloca num plano secundário a Petrobras, que é um patrimônio histórico do país. Os inimigos da Petrobras são os inimigos do Brasil. Este é o tema do comentário de Gilberto   Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (05.08.22)

domingo, 31 de julho de 2022

Steve Bannon em cana e Jair Bolsonaro dando rolê de motoca


 No banquete de Steve Bannon rolava a hostilidade contra a escola. Dandy plebeu. Literato é sinônimo de marxista. 

Não foi apenas na esfera da comunicação que foi gerada a peste bolsonorose. 

O PT nas primeiras páginas dos jornais e em todos os programas de televisão. Se fosse amontoado a quantidade de dinheiro que o PT teria roubado, seguramente chegaríamos ao céu. 

Ciro Gomes não é incisivo quanto ao imperialismo americano, ao contrário de Leonel Brizola que tinha como mote a denúncia do imperialismo como causa de todos os nossos males. 

A partir de Sarney, Collor, FHC, Lula, Dilma, as Forças Armadas estiveram aparentemente na ribalta. Não se ouvia falar absolutamente nada concernente aos militares. Apenas que eles não estavam satisfeitos com o comando civil. Surpresa que Bolsonaro tivesse emergido com essa retaguarda militar. 

Operação desumanitária no Haiti. Do ponto de vista dos países latino americanos, os militares que foram ao Haiti são anti bolivarianos. São pró Santander e anti Bolívar. São militares alinhados ao pentágono. Não diferem em nada dos militares da linha dura de 64 com reverência a Sílvio Frota. 

Sobressai, na trágica atualidade, a questão da educação do militar de Realengo às Agulhas Negras.

Há um segredo inviolável sobre a formação do militar. Somente Werneck Sodré escancarou isso em Memória de um Soldado. Quem é que educa o militar? 

Por que não temos Alvarado ou Chávez? Só tivemos Abreu e Lima. É mais importante ter um militar na defesa do patrimônio que um Ulysses Guimarães na Constituinte Bacharel. Saudade de um Estillac Leal. 

Quem são os professores do militar? 

Analisar o desejo bolsonaro


Há que investigar o que significa o voto em Jair Bolsonaro. E a necessidade imperiosa de revisar o papel das Forças Armadas nacionais, já que foi uma chapa de militares que chegou ao poder pelo voto. Essa gente foi desejada, e isso não é qualquer coisa. É um fato irrefutável. Significou um aplauso ao golpe de 1964. E essa vitória colocou abaixo o que havia de melhor da cultura brasileira. Temos , portanto, que fazer uma acurada revisão crítica sobre essa proposta autoritária que encantou a população. Este é o tema do comentário de Gilberto  Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (30.07.22)

terça-feira, 26 de julho de 2022

Que a euforia não os cegue


Foto: Evaristo SA / AFP

Sentimento jubiloso. O presidente vai rapar fora. Há uma euforia no ar. Mas há que ter cuidado, o agrobusinesspopvideofinanceiro continua na estrutura social e simbólica. A Rede Globo segue insistindo nisso. O pop é o capitalismo planetário e segue contaminando o povo, com veneno que se come e que se vê. O capital não quer nosso bem, ele quer os nossos bens. Essa é a sua essência. Por isso que o ser Bolsonaro não vai desaparecer tão cedo, mesmo que a figura dele se vá. A coisa bolsonara segue. Fiquem atentos. Comentário veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (22.07.22)


segunda-feira, 18 de julho de 2022

Conversando com Ludovico


Ludovico Silva, escritor, filósofo, teórico, boêmio, nascido em Caracas. Um dos grandes marxistas da Venezuela. Morreu em 1988. Neste episódio Gilberto Felisberto Vasconcellos conversa com ele, a partir de uma carta escrita, e claro, nunca enviada, porque o Giba conheceu o Ludovico bem depois que ele já havia encantado. Mas, esse foi um encontro sonhado. É um momento de melancolia e poesia e política. Comentário veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (15.07.22) 

Brizola, Schilling, Edmundo Moniz e Werneck Sodré


Imagem retirada do filme “São Paulo, Sociedade Anônima" - Luís Sérgio Person

Em 1945 Leonel Brizola entrou na política em Porto Alegre com a carteira de identidade anticapitalista. Ao contrário de Getúlio Vargas e João Goulart, que se tornaram anti-imperialistas no decurso do tempo e de suas militâncias, Leonel Brizola percebeu que o problema essencial do país era a dependência. 

Paulo Schilling representava Leonel Brizola com seu nacionalismo popular revolucionário. Era anti-imperialista, conforme sublinhou o trotskista Edmundo Moniz, diferente de Mario Pedrosa que, depois de passar pela Quarta Internacional, virou petista. 

O que estava em Leonel Brizola, mostrou Edmundo Moniz, era a formulação segundo a qual não há desenvolvimento (ou melhor, progresso) para o povo sem revolução socialista. E revolução não se faz sem mudar a classe social que está no poder, de modo que a burguesia industrial desenvolvimentista não transava o léxico revolucionário popular brizolista. 

Edmundo Moniz, prefaciado por Nelson Werneck Sodré, filmado por Glauber Rocha, sublinhou a originalidade histórica de cada revolução, e não ficou adstrito à preocupação bizantina se Leonel Brizola leu ou não 18 Brumário de Karl Marx. 


sábado, 9 de julho de 2022

O golpe já foi dado


 Há muita conversa sobre golpe. Vem, não vem, tá vindo. Ele já veio, com o a PEC calamidade. A hipocrisia de todo Congresso Nacional que aprovou o auxílio emergencial. A esmola. Coisa que o capital usa para ludibriar os famintos. Com a PEC foi-se a Constituição e foi-se a seriedade do voto. O Brasil hoje é uma telenovela. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe,  da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (09.07.22)


quinta-feira, 7 de julho de 2022

A civilização suicida com sambarépipop


Brasil, civilização suicida. Eu colaborei neste livro clandestino de Bautista Vidal, publicado em agosto, 2000, financiamento autoral como em outros livros. Amargurado, ele que era um homem solar como Oswald de Andrade, escreveu esse livro pessimista que prenuncia o que está acontecendo com a ofensiva do capital fóssil monopolista e o obscurantismo cultural de Jair Bolsonaro. 

Bautista Vidal alertou que Le Monde Diplomatique é um jornal do colonialismo francês, ironizava que o mundo acadêmico admirava Celso Furtado e FHC.  Uma biografia idônea sobre Bautista Vidal deve começar perguntando por que um dos maiores cientistas da natureza foi marginalizado e posto no ostracismo. 

Argumentava de que historicamente as civilizações não são mortas, elas se autodestroem. 

 Ignoramos o Sol, ignoramos a água, ignoramos a terra. Por isso desprezamos a natureza, fonte de riqueza, por isso vendemos e entregamos os nossos bens. Padre Antônio Vieira: os gringos não querem o nosso bem, eles querem os nossos bens.

Enriquecemos as nações hegemônicas. No final da vida Bautista Vidal aproximou-se de Leonel Brizola que denunciou as perdas internacionais da civilização brasileira.


É hora agora de jair embora


 As coisas bolsonaras geram o Bolsonaro e podem gerar outro se não não for eliminada a condição geradora. Existe uma barricada de bolsonaros, estão por aí. Os inimigos estão por aí, os vivos e os mortos. Roberto Campos, por exemplo, vive nos seus discípulos, como o Paulo Guedes. Por isso há que tomar cuidado. O uatizapi foi importante para eleger o Bolsonaro, mas não foi só isso. Há uma alma bolsonara que é gerada pela telenovela. Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe,  da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (02.07.22)


quarta-feira, 6 de julho de 2022

O baú subversivo de Glauber Rocha na Havana de 1972


Dou aos meus distintos leitores desta Pátria Grande um texto que eu descolei no Templo Glauber onde frequentei alguns anos na rua Sorocaba do Rio de Janeiro.

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     “Médici inaugura no Brazil o Estado Fascista tecnológico que moderniza a concepção colonial no continente”.

“Costa e Silva dominado pela mulher que fazia contrabando”.

“Delfim, homossexual da ignorante burguesia paulista. Roberto Campos, ex-embaixador, ex-padre, um dos tarados sexuais de maior periculosidade do Ministério das Relações Exteriores, amante espiritual de Castelo Branco, anti-marxista e fanático por tudo que é americano”. Delfim come espaguete e só ouve Bach”.


1980

“A televisão é o King Kong eletrônico que sistematiza o discurso opressivo, sobretudo no Terceiro Mundo”.

“O Cinema Novo tomou o poder em 1964”, ano de Castelo, Vidas Secas, Deus e o Diabo”. 


1975

“Coppola, o Delfim de Hollywood”.


1971

“Médici incentivava penetração imperialista ao preço da miséria popular”.


Os Anos 70

“Depois do AI5 as esquerdas se dividiram “entre a minoria que pegou em arma e a maioria que regrediu, na transparência da droga, do materialismo histórico e dialético ao sincretismo psicodélico”.

“CIA bombardeia a cultura das “elites intelectuais cuja influencia política na colônia é muito maior do que na metrópole”.

“Desequilíbrio entre a sapiência estéril do velho Fausto e o fluxo de Pierrot le Fou a Che Guevara, homens novos entre o som e a fúria”.

“Não sendo comercial o capital não me financia, sendo revolucionário o Estado me reprime”.

“O áudio-visual é a nova droga”.

“O povo brasileiro não descobrirá sua individualidade enquanto estiver bestializado por Hollywood”.

“Sobre Oswaldo de Andrade, “filósofo é vela de macumba”.

“Vinicius me contou que Cabral de Mello Neto disse para ele ser absurdo talento fazer samba ao que o malandro Moraes respondeu ao Duque de Mello”.

- “Você é que nasceu para Mallarmé. Eu nasci para Ciro Monteiro”.

Sobre “Jango, o filho de Getúlio, com a cópia da carta testamento no bolso, Macunaíma de perna curta, entre a empresa de Celso Furtado e o paraíso de Darcy Ribeiro, é Derrubado por Castelo Branco”.


PIF-PAF CONCRETISTA


“Não por acaso meu filme Terra em Transe promove um poeta a personagem principal. Não por acaso os concretistas esculhambaram  Terra em Transe. O poeta que fica no baile de Porfírio Diaz é concretista”.

“O Brasil começa onde acaba a Terra”.


quarta-feira, 29 de junho de 2022

Algorítmo da maldade

 


Na última eleição foram 300 milhões de disparos na internet combinados entre Bannon e Guedes. 

A fatura foi paga pela JBS com a bagatela de 23 milhões. 

Deus first.

Em cada época da história temos de nos ocupar de determinados tipos. Richelieu, Henry Kissinger, agora Steve Bannon, o ex-estrategista do governo Trump que foi seu chefe de campanha. Eis o lema da campanha: mentira, medo e beligerância. 

Lula em 2002 e 2006 ganhou com apoio evangélico. Com Dilma esse apoio declinou. Em 2009 o Obama disse que Lula era o cara. “He’s the most popular politician on the Earth”.

Que tal um KuBousoKluxNaroKan? 

Perguntem para o megamarajá rentista da informática Robert Leroy Mercer quanto custa cada mentira por dia.

Steve Bannon, o fofoqueiro, mete o pau nos filhos do ex-patrão. Os filhos de Jair são melhores, Bannon sugere. Depois de despedido por Trump, ele é importado por Jair Bolsonaro. 

A metaraça macumbeira de Gilberto Freyre vai para o tombo com os fuzis sionistas de Israel apontando sua mira para os emigrantes da Venezuela e da Bolívia. 

O cinturão miliciano protege as empregadas domésticas que trabalham nos condomínios de luxo da Barra da Tijuca.


Falcatruas semânticas


O pior salário mínimo da história e o presidente não está nem aí. Ele ainda vai protagonizar mais um facada, a da bomba de gasolina. Fazendo teatro, demitindo presidente da Petrobras que ele mesmo nomeou. Quer enganar o povo como se fosse um cara que quer o bem do país. A Petrobras não pertence mais ao Brasil. Foi-se o tempo dos nacionalistas de verdade. Este é o tema do comentário de Gilberto  Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (25.06.22)


quinta-feira, 23 de junho de 2022

A Umbanda Brizola Contra o Dízimo de Deus

Extraído de A idade da Terra  - Glauber Rocha

Aqui o adversário dos pentecostais não é o materialismo dialético, e sim o folclore, a superstição que se origina em Dante Alighieri, a quem Luis da Câmara dedicou um livro mostrando que sua concepção do céu é a mesma do povo brasileiro. 

Acrescente-se que o povo nunca leu o poeta florentino. Não esquecer que é de Dante a epígrafe de O Capital de Karl Marx.

Tudo aquilo que diz respeito às crendices do povo e que não passam pela mercadoria é objeto de ódio dos pastores que cobrem de porrada os umbandistas nas favelas do Rio de Janeiro.

Sem oposição às igrejas dos crentes não há a menor possibilidade de existir revolução socialista.

Os pobres e os oprimidos no Rio de Janeiro são crentes desesperados, informou Ney Lopes, sambista e lexicógrafo do Rio de Janeiro.

Ney Lopes, que foi amigo do meu professor de cursinho Joel Rufino dos Santos, é autor de um verbete primoroso sobre Edir Macedo. Este teve seu primeiro emprego em lotérica apadrinhado pelo governador Carlos Lacerda. Aprendeu aí a malandragem dízimo. Não por acaso Karl Marx meteu o sarrafo na loteria.


terça-feira, 21 de junho de 2022

Não há pátria sem patrimônio público


Quando se privatizam os instrumentos de desenvolvimento nacional, periga não haver país. Hoje, quase todo o patrimônio foi entregue, até mesmo a água. É o tempo do entreguismo total. O golpe de 1964começou isso e também conseguiu destruir e desnacionalizar as Forças Armadas. É insólito, mas é real. Isso está acontecendo agora também. O Exército está conivente com a entrega do patrimônio público neste governo de morte. A energia está sendo controlada pelo imperialismo. Este é o tema do comentário de Gilberto  Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (18.06.22)

quarta-feira, 15 de junho de 2022

LUMPEMBURGUESIATYRYCAANYTTA


O lucro da burguesia tyryrycaanytta pode ser nítido, depois de descontado na caixa do capital vídeo financeiro multinacional, mas sua representação política é dúbia, imprecisa, embaçada, ambígua e anfibológica.

Tanto faz cafuza morena carijó loira loirosa.

Ainda não surgiu ninguém que responde à questão: o que é verdadeiramente uma mulher bolsonara?

Não falo apenas em termos cosméticos, pois a farmácia é interclassista: há produto ruim, bom e malhado. Refiro-me ao perfil caracterológico da mulher bolsonara. Talvez tenha havido uma mutação antropológica no ser feminino com a aparição de Jair Bolsonaro.

A mulher bolsonara é aquela que demarca uma rigidez divisória entre macho e fêmea, ou seja, de um lado o homem, de outro lado a mulher, com abismo entre um e outro. Ao homem não se permite traços femininos, nem a mulher pode adquirir traços masculinos.

Quanto à família de Bolsonaro, é dispensável dizer que os filhos não parecem disputar o amor do pai. Não rivalidade nenhuma com a mãe. Em geral, na família, os filhos disputam a mãe, mas no caso de Bolsonaro o sentimento da castração não se oriunda do pai. Não é o pai que castra os filhos; aos filhos tudo é permitido, como dizia Dostoievsky a propósito da ausência de Deus.

Ainda não foi feita a marxista semiótica do Cabaré das Crianças estrelada por Xuxa até a saga da mamadeira de piroca e suas ramificações nos programas políticos. Por que cotejar o cacogênico e magérrimo Tirica com a funkeira Marilyn Monroe que está seduzindo todas as gerações e classes sociais?

Em qualquer família crente o pai é meio débil mental e a mãe uma explorada. Esta jamais será uma estrela como Anitta. A família crente olhar para a burguesia com inveja e ódio. O pastor burguês é o porta voz de Cristo. É bem possível que Tiririca veja o pastor evangélico como um chefe político a ser imitado.

Glauber Rocha ficava emputecido quando verificava que a esquerda também era fascinada pelos signos colonialistas de Hollywood. 


segunda-feira, 13 de junho de 2022

A faca da facada é estrangeira, mas o coração é brasileiro

 


A Petrobras está no âmago da história do Brasil. Para onde ela vai, vai o país. As artimanhas e trapaças que serão usadas nas eleições para salvar o Bolsonaro do vexame eleitoral. Vem aí o congelamento dos preços dos combustíveis. Embarcarão os caminhoneiros de Getúlio, nessa facada fake, com faca estrangeira, made in USA? Este é o tema do comentário de Gilberto Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (11.06.22) 

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Citycancer


Em A Cultura das Cidades, o livro de Lewis Mumford publicado em 1938, surge como as mesmas observações feitas por Marcelo Guimarães acerca do significado social e econômico da mina de carvão e de seu complemento tecnológico: a máquina a vapor.

À altura mais ou menos de 1800, a máquina a vapor inaugurou uma nova fase do desenvolvimento histórico, denominada por Mumford de "paleotécnico", ou seja, a economia do carvão e do ferro, complexo esse (ferrovia, navegação a vapor, aparelhos de fiação e tecelagem) que vai até 1890. O Manifesto Comunista de Marx e Engels foi publicado em 1848.

Até 1800 vingou o período eotécnico, com o emprego disperso do vento, a fabricação de vidros e as indústrias têxteis, indo do século X ao XVIII, movido pela fonte energética da biomassa. Depois veio a ação da cidade paleotécnica com o carvão mineral, o binômio fábrica-cortiço, o advento da ferrovia em 1830. Mumford observou que por aí que desadeu os quintais das residências.

À dispersão "eotécnica" da Idade Média seguiu a energia concentrada das minas carboníferas nas aglomerações urbanas. É o início do gigantismo das metrópoles com as fábricas de tecidos, os grandes portos, enfim, o processo da mineração universalizado pela ferrovia. É o início da cidade industrial com a mecanização carbonífera regida por um ritmo descontinuo: "como minas, via de regra, rapidamente passa da riqueza ao exaustão, da exaustão ao abandono, dentro de, no máximo, umas poucas gerações".

A pequena oficina desaparecia porque a máquina a vapor de Watt funciona melhor em grandes unidades fabris concentradas e próximas ao centro produtor de energia, conforme se verifica com as fábricas inglesas em Manchester a partir de 1820. Foi esse tipo de fábrica movida pelo carvão mineral que engendrou o mercado mundial, concomitantemente ao congestionamento urbano e ao aumento populacional, junto com a transformação dos rios em esgoto aberto.

O capitalismo carbonífero da manufatura industrial iniciou a depredação ecológica: "envenenamento da vida aquática, destruição de alimentos, emporcamento da água, que passou assim a ser imprópria para banhos". A aglomeração de indústrias situadas perto dos rios segue como linhas ferroviárias, como casas dos trabalhadores foram construídas junto às fábricas, eis o retrato da cidade industrial criada pelo consórcio da energia do carvão mineral e da tecnologia da máquina a vapor, cuja consequência foi a centralização burocrática e administrativa. Marcelo Guimarães usou a metáfora seguinte: a mina de carvão mineral nasceu a luta de classes entre capitalistas e operários.

O cotejo com o Brasil do século XIV ao XX impõe se impõe porque aqui a vivência eotécnica perdurou durante muito tempo. Esse foi o substrato da cultura popular no meio rural. A industrialização foi tardia, aquoso durante o surto cafeeiro no início do século XX. A formação da cultura popular brasileira foi feita com biomassa: água, lenha e mula como tração animal. Essa base eotécnica foi identificada com atraso rural, mas a industrialização limitou o progresso para pouca gente.

Como megalópoles brasileiras são povoadas de imensos exércitos industriais de reserva e populações marginalizadas. É isso a anomalia da concentração urbana sem reforma agrária, ou seja, o câncer econômico e cultural.

O colonialismo inglês obstaculizou entre nós a produção de manufatura, convencendo-nos de que nosso destino era a produção de gêneros agrícolas tropicais por causa de uma fatalidade geográfica: a pobreza do nosso subsolo em carvão mineral.


segunda-feira, 6 de junho de 2022

A trapaça do tanque de gasolina


 Aí vem mais uma farsa eleitoral. Com a chegada das eleições movimentam-se as peças para a realização de uma facada número dois. A urna é do tanque. O presidente usa sua velha técnica de colocar a culpa do preço alto da gasolina nos dirigentes da Petrobras, como se o governo não tivesse nada a ver com isso. Por isso ele prepara uma ação magnânima, para sair de herói com a população. E o povo vai sendo enganado. No Brasil parece que toda eleição vem acompanhada de uma falcatrua. Este é o tema do comentário de Gilberto  Felisberto Vasconcellos, veiculado no programa Campo de Peixe, da Rádio Campeche, conduzido pela jornalista Elaine Tavares. (06.06.22)