sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Leonel Brizola e os filhos do doutor Roberto Marinho



Estarei eu a tresvariar dizendo que a TV Globo pode fazer as pazes com Leonel Brizola? Ou ele continua o seu inimigo póstumo? Derrotado por Collor em 1989 disse que seria ruim essa televisão deixar de ser propriedade de brasileiro. Confesso que fiquei atônito com isso; afinal, Leonel Brizola levou bordoada o tempo todo de Roberto Marinho, o seu principal opositor político desde antes de 1964.

Com a ditadura esse conflito não fez senão acirrar-se; conflito não de natureza pessoal, porquanto aos olhos do caudilho a TV Globo continua funcionando como agente das perdas internacionais. É a TV da ocupação imperialista que justifica o lucro exportável.

Quem paga o anúncio escolhe a orquestra. O anunciante é multinacional. Inexiste televisão que seja nacional na Ásia, África e América Latina. Todavia, um proprietário estrangeiro seria um desastre. Imaginem um Murdoch ao invés de Roberto Marinho.

Se o território está vendido, tudo está vendido.

Decerto os filhos do doutor Roberto Marinho estão inteirados da correspondência entre o pauperismo no Rio de Janeiro e o descenso da TV Globo.

Será que a TV Globo não mais põe nem tira presidente da República?

A Record é uma TV-Igreja-partido com mensagem transmitida por pastores e militantes pagos. A presidência da República está nas mãos da oligarquia evangélica.

Ainda que sem fazer uso do púlpito fraudulento, Henrique Meirelles pediu oração para a economia ir bem, dando a impressão que Jesus Cristo é seu amigo desde o Consenso de Washington. Esse charlatão durante o governo Lula chefiou o Banco Central.

Com Temer ficou ele todo saidinho, exibido, metidaço, cheio de si, bonecoso, mas não conseguiu livrar-se de sua medonha dicção aerofágica.

O imperialismo exorbitou o dualismo regional entre São Paulo e as demais regiões.

A TV Globo, cúmplice do golpe de 64, entrega o poder midiático ao bispo Macedo.

Na cúpula da Globo cogita-se a providencial transferência do Papa de Roma para o Rio de Janeiro.

A burguesia evangélica começou pela acumulação feita com o dízimo.

Gondim da Fonseca, o inventor do vocábulo “entreguismo”, dizia que a UDN era católica, o berço da TV Globo.

Ninguém foi mais profundo que Karl Marx: a moeda é católica, o crédito é protestante.

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